DEUSA LETO - A mãe de Ártemis e Apolo

DEUSA LETO / LETONA


Leto (na mitologia grega ou Latona, na mitologia romana), era filha de  Febe e Céos, Era a deusa do anoitecer ou da noite clara.

Leto engravidou de Zeus (Júpiter), enfurecendo a ciumenta Hera (Juno), sua esposa legítima. Hera a perseguiu, colocando em seu encalço o monstro Píton (um cobra enorme) e amaldiçoando-a, para que nenhum lugar conectado à terra, (Gaia) pudesse recebê-la para que ele pudesse dar à luz: “Nenhum lugar onde o sol brilha a receberá para dar à luz a sua criança!”



 Leto e sua irmã, Asteria, vagaram pela terra, buscando abrigo e fugindo do monstro.
(...) “Por mais outros meses, elas vagaram. Leto ficou tão grande que não podia mais caminhar, nem mesmo segurar seu ventre com as mãos ou apoiar-se nos braços da irmã. Agora, arrastava morosamente seu imenso corpo pelo chão com seus braços fracos. Finalmente chegou o dia em que ela não podia mais se mover.

Elas estavam próximas do oceano. O sol estava forte e a água parecia fria e azul. Sabendo que a serpente podia surgir brevemente, as irmãs sentaram-se, descansando encostadas uma na outra e fitando o mar.

Elas ouviram o som escorregadio da serpente quando ela rastejou através da relva das imediações. Asteria pegou a mão de sua irmã. Elas não podiam ir mais longe. Deveriam aceitar ser engolidas vivas pelo monstro.
A serpente esquivou-se até elas e começou a se enrolar na perna de Leto. Seus olhos arregalaram-se de terror e dor, mas ela não tinha mais voz para gritar. Asteria agarrou uma pedra e tentou bater na cabeça da cobra, mas ela se voltou e começou a arrancar pedaços de carne de seu braço. Sangrando e desesperada, ASteria agarrou o braço de Leto e jogou-a no mar.

—Talvez ela não possa nos seguir aqui!—disse para a sua apavorada irmã.—Ou, ao menos, afogar-se é melhor que ser devorada viva!

Mas a cobra as seguiu, esticando-se, contorcendo-se e arremessando-se da praia, picando os braços de Leto enquanto ela lutava para escapar. Asteria puxou Leto para mais e mais para dentro da água, até que estivessem afastadas da areia e tivessem mergulhado nas profundezas do mar. Leto observava horrorizada a serpente ficar mais próxima e sua Irma desaparecer nas águas azuis.
Mas aquilo na verdade não era o que havia acontecido. Asteria tinha começado a se transformar. Seu corpo tornou-se pleno e largo, depois mais plano e largo até que ela não tinha mais forma humana. Ela flutuava, uma imensa ilha de carne, quase abaixo da superfície da água. Leto não sabia mais o que fazer além de saltar na ilha que tinha sido sua irmã.

A serpente não podia alcançá-la agora, e ela conseguiu manter sua cabeça fora d’água apenas o suficiente para respirar. E, instantaneamente, suas dores e parto começaram novamente. Ela estava, finalmente, descansando em um lugar onde o sol nunca havia brilhado, pois embora a luz caísse sobre a superfície da água, não penetrava mais abaixo no mar onde Asteria flutuava. As dores chegaram rápidas e fortes, agitando violentamente o corpo de Leto. Ela sentiu fluxos de calor entre as pernas quando o líquido amniótico fluiu para o oceano. (...)
Primeiro nasceu Ártemis —parteira de si mesma, a Deusa da Lua—, e depois nasceu Apolo, o deus do Sol. Como tinham ficado muito tempo no ventre da mãe, ambos nasceram já adultos.
A irmã de Leto, Asteria, nunca mais voltou à sua forma humana, e seu corpo se solidificou cada vez mais, dando origem à ilha de Delos.

Texto compilado com base nas seguintes fontes:


CONSCIENCIA NET 
WIKIPEDIA
O trecho acima entre aspas é uma citação do livro GAROTAS SELVAGENS - O Caminha da Deusa Jovem.

Encontrei em um fórum de helenismo as seguintes informações sobre as correspondências da Deusa Leto:

"A planta sagrada de Leto é a palmeira, especialmente a tamareira, e seus animais são o galo, o lobo e o mangusto. Por sua relação com a Lícia, eu costumo oferecer doces turcos pra Ela, damascos e figos secos. E tâmaras, obviamente.
Como tenho dificuldade em encontrar tâmaras o ano todo, tbm ofereço uma adaptação brasileira, rs, que é o doce de buriti, que é uma palmeira tbm.
Água fresca também é algo que se relaciona com um de seus mitos mais famosos, então eu faço libações de água pra ela."

Se você procura por informações a respeito das deusas, sugiro estes BLOGS E SITES:

DEZ MIL NOMES
 PEPPERTOUCH, você vai encontrar informações sobre a Deusa Leto.

Esta bibliografia foi sugerida no fórum que citei acima (com o link):
Theoi,
Deuses Gregos de Kerényi,
Dicionário Mitico-Etimologico de Junito Souza Brandão.

As informações abaixo também achei no fórum
Reconstrucionismo Helênico no Brasil (RHB):

O NOME:

Leto (grego clássico Λητώ, Lētṓ, dórico Λατώ, Lato, possivelmente relacionado ao lício lada, "senhora", "mulher"), chamada Letun pelos etruscos e Latona pelos romanos

EPÍTETOS

Píndaro chama à deusa Leto Chryselakatos, "Leto do Fuso de Ouro" (Sexta Ode Nemeia, 36)¹, epíteto também aplicado à sua filha Ártemis desde Homero. "A concepção de uma deusa entronizada como uma rainha e equipada com um fuso parece ter-se originado de uma adoração asiática da Grande Mãe", nota O. Brendel. A sobrevivência casual de um inventário do seu templo em Delos, onde ela era a figura central da trindade délica, registra sua imagem de culto sentada em um trono de madeira, vestida com quíton e himátion de linho.

O CULTO

Em Creta, na cidade de Dreros, Spyridon Marinatos descobriu um oratório pós-minoico do século VIII a.C. em um forno doméstico no qual foram encontradas três figuras de Apolo, Ártemis e Leto feitas de latão laminado martelado sobre um núcleo amoldado (sphyrelata). Burkert² nota que em Fáistos ela aparece ligada a um culto de iniciação.

Leto foi identificada, do século IV a.C. em diante, com a principal deusa-mãe local da Lícia, quando essa região foi helenizada. Seu santuário, o Letoon, perto de Xanthos, unificou a confederação lícia de cidades-estados. O povo de Cós reivindicava Leto como sua e se considerava a ilha como sua pátria. Outro santuário foi identificado mais recentemente em Oenoanda, norte da Lícia³. Havia também um Letoon em Delos. 

Notas

¹ - Píndaro, Sexta Ode Neméia AQUI
² - Walter Burkert, Greek Religion 1985.
³ - Alan Hall, "A Sanctuary of Leto at Oenoanda" Anatolian Studies 27 (1977) pp 193-197.
revisado, organizado e editado por  Thiago Oliveira

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